Fala aí Aluno

Extra

Republicanos ou Democratas?

Ricardo Barros Sayeg 
Estudante do curso de Turismo da UFRRJ

Enquanto no Brasil ocorre a disputa pelo poder nos municípios, os Estados Unidos terão sua 57ª eleição presidencial, no dia 6 de novembro. De um lado o atual presidente, Barack Obama, pelo Partido Democrata, do outro Mitt Romney, pelo Partido Republicano. Democratas e Republicanos tem se revezado no poder naquele país desde o século XIX e o eleitorado local se divide entre as duas forças políticas.

O Partido Republicano é apelidado de GOP “Grand Old Party” ou Velho Grande Partido e tem o elefante como símbolo e o vermelho como cor. Já os Democratas são simbolizados por um burrinho e sua cor é o azul.

Criado em 1854, o Partido Republicano surgiu em oposição à escravidão. Com a eleição de Abraham Lincoln, os republicanos conquistaram pela primeira vez a presidência. Foi durante esse governo que teve origem a Guerra da Secessão ou Guerra Civil norte-americana. O partido dominou a política norte-americana até a Grande Recessão, nos anos 1930. Depois da Segunda Guerra Mundial, o Partido novamente ascendeu ao poder durante o McCarthismo e a agremiação tornou-se mais conservadora que já era, congregando principalmente a população branca, religiosa, favorável ao capitalismo e à redução dos impostos.


Já o Partido Democrata surgiu em 1833 e seus membros eram, na origem, partidários da escravidão. Adquiriu sua forma moderna sob a presidência de Franklin Delano Roosevelt, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram adotadas as políticas do New Deal, baseadas nas ideias do economista John Maynard Keynes. Após a Grande Guerra, o partido passou a defender a igualdade racial e o apoio às minorias. Os Democratas se apresentam como uma organização de centro-esquerda, cujas principais propostas são as de equilibrar o capitalismo com os programas sociais. Apoiado pelos sindicatos defendem o direito das minorias, ao aborto e à educação pública de qualidade.

Nessas eleições você é Republicano ou Democrata?
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Junho/Julho 2012

Estudante ganha prêmio com pesquisa sobre os debates a respeito do aborto no Brasil

Felipe Guimarães Lamim
Estudante do 7º período de Ciências Sociais da UFRRJ


Comecei a pesquisa de Iniciação Científica com a professora Naara Luna em 2010. Meu trabalho foi pesquisar o polêmico tema do aborto durante os dois mandatos do presidente Lula (2003-2010). Primeiramente coletei e analisamos os discursos e proposições dos deputados federais sobre temas relacionados ao embrião humano. Posteriormente o mesmo foi feito no Senado Federal. O objetivo desse projeto é verificar como os debates sobre o aborto no Brasil e sobre o estatuto dos embriões humanos de laboratório criados pela técnica de fertilização in vitro são relacionados aos discursos dos direitos humanos pelos principais atores envolvidos. Mapeamos esses atores, seu pertencimento religioso quando isto se evidenciou e a argumentação usada. Ao criar sujeitos de direitos ou vítimas esses discursos puderam revelar valores fundamentais a serem analisados pela antropologia com respeito à noção de pessoa. Esta pesquisa foi apresentada na 28ª Reunião Brasileira de Antropologia, concorrendo ao Prêmio Levi-strauss entre mais de 140 trabalhos, e foi agraciada com o terceiro lugar. Agradeço e parabenizo a Naara que com muita competência orientou este trabalho também premiado na XXI Jornada de Iniciação Científica da UFRRJ.
 
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Artigo

As Olimpíadas

Ricardo Barros Sayeg
Estudante de Turismo da UFRRJ

Dentre os eventos mais importantes de 2012, as Olimpíadas de Londres se encontram entre os principais. A trigésima olimpíada do mundo contemporâneo será realizada naquela cidade entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012, seguidos pelos Jogos Paraolímpicos de Verão que se realizarão entre 29 de agosto e 9 de setembro.
As olimpíadas nasceram na Grécia Antiga por volta de 2500 a.C. Naquela época os gregos já faziam homenagens aos deuses, principalmente a Zeus, senhor do Olimpo, com diversas competições. Entretanto, foi só no ano de 776 a.C. que ocorreram os primeiros Jogos com a participação de atletas de várias cidades-estado gregas. Esses primeiros esportistas disputavam diversas competições: luta, atletismo, salto em distância, arremesso de dardo e de disco, entre outras modalidades. Os gregos procuravam, com essas competições, exaltar sua religiosidade e buscar a paz e a harmonia entre as diversas cidades-estado que compunham a antiga Grécia. Os vencedores eram recebidos nas cidades como verdadeiros heróis e ganhavam uma coroa de louros que ostentavam com todo orgulho.


A civilização grega dava muito valor aos esportes e a corpos saudáveis. Para eles a beleza do corpo não se resumia à estética, ela expressava um modelo de vida do cidadão grego. A beleza não era apenas ao físico. Era considerado belo aquele que aprendia música, participava da política, tinha uma retórica apurada, enfim, os gregos aliavam o intelecto ao físico.
Em 392, entretanto, os Jogos Olímpicos, e qualquer outro tipo de manifestação religiosa aos deuses foi proibida pelo imperador romano Teodósio I, após ele ter se tornado cristão. 

Após um enorme período histórico os Jogos Olímpicos reapareceram por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido como Barão de Coubertin. Na primeira Olimpíada dos tempos atuais participaram 285 atletas de 13 países diferentes. Eles disputaram provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores ganhavam medalhas de ouro e um ramo de oliveiras.
As Olimpíadas contemporâneas sempre foram utilizadas como palco de disputas políticas entre os países. Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, Adolph Hitler, com sua idéia fixa da superioridade racial ariana se recusou a premiar o atleta afro-descendente norte-americano Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Em 1972, o Setembro Negro, um grupo terrorista palestino, matou 11 atletas da delegação de Israel. Isso fez com que houvesse, a partir daquela competição, um cuidado redobrado com a segurança dos atletas durante os Jogos. Em 1980, os Estados Unidos boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou, em protesto a invasão das tropas soviéticas no Afeganistão. Quatro anos depois foi a vez da União Soviética não participar das Olimpíadas de Los Angeles, realizadas em solo norte-americano, alegando falta de segurança para seus atletas.


Esperemos que as Olimpíadas de Londres e as que serão realizadas no Rio de Janeiro em 2016, não sirvam como palco de manifestação política e sim como um momento de congraçamento e disputa saudável entre os diversos países


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A SECA NO NORDESTE DO BRASIL
               
Ricardo Barros Sayeg
Estudante de Turismo da UFRRJ

A imprensa brasileira vem noticiando nos últimos tempos informações sobre a seca no nordeste do país. Esse fenômeno é bastante antigo e se dá por causas naturais. Essa região possui grande variabilidade climática e a seca ocorre quando a chamada zona de convergência intertropical não consegue se deslocar até a região no período verão-outono no hemisfério sul, sobretudo nos períodos de ocorrência do fenômeno El-Niño.

Desde 1605, de acordo com relatos, a região já enfrentou diversos períodos de seca, alguns tão graves que resultaram na fome, miséria e num aumento da migração para as regiões sudeste e sul.

A seca não é tão somente uma característica ambiental brasileira, com efeitos negativos sobre a população nordestina, mas sim um fenômeno com claras dimensões econômicas, sociais e políticas. O governo brasileiro tentou, várias vezes, realizar ações para combater o fenômeno da seca. Alguns exemplos são a criação de açudes, a perfuração de poços tubulares, a criação de cacimbas e das chamadas frentes de trabalho.

Essas atitudes têm amenizado a situação, mas não têm resolvido o problema! Elas movimentam o capital na região, geram subempregos e evitam a migração para o sul do país. Entretanto, elas têm gerado o surgimento da indústria da seca no nordeste brasileiro. O termo começou a ser utilizado na imprensa por Antônio Callado, no Correio da Manhã. Apesar de a região ter um clima bastante rigoroso, em muitos países do mundo que possuem clima semelhante houve iniciativas que amenizaram ou resolveram o problema. Um bom exemplo são os Estados Unidos da América, que cultivam áreas imensas em regiões como a Califórnia, onde chove menos do que no Polígono das Secas. Israel também é outro bom exemplo que consegue obter ótimos resultados na região do deserto de Negev.

Aqueles que se beneficiam da indústria da seca se utilizam desse fenômeno natural para obter mais verbas, perdões de dívidas, incentivos fiscais, enfim toda sorte de benefícios que aquela situação pode gerar. Enquanto isso, boa parte dos recursos que vão para a região são utilizados por grandes latifundiários que se utilizam do dinheiro para a construção de obras dentro de suas propriedades rurais. Um exemplo disso é o Açude do Cedro, em Quixadá, no Ceará. A obra foi realizada em pedra talhada à mão com esculturas e barra de ferro importadas. Com capacidade para 126 milhões de metros cúbicos, foi mais uma obra faraônica construída numa região de escassos recursos. A construção do Açude do Cedro foi determinada por Dom Pedro II devido à grande comoção popular causada pela seca de 1877 a 1879. O período entre o primeiro projeto e a inauguração da obra foi de 25 anos e trabalharam nela os chamados flagelados da seca. Por sua beleza e importância histórica, o Açude do Cedro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1977.

Outra obra que tem causado grande impacto popular é a transposição do rio São Francisco. A obra iniciada no governo anterior visa a acabar com o problema no nordeste. Entretanto, enquanto alguns a vêem como a solução para o flagelo, outros a encaram como mais um fruto da indústria da seca que, além de não resolver o problema, pode alterar o regime hídrico do São Francisco e pôr em risco o próprio rio e a região.

Enquanto não houver um governo forte e determinado que enfrente o sistema de coronelismo que persiste no nordeste, teremos a continuidade da indústria da seca e da pobreza que assola aquela região do Brasil.

Ricardo Barros Sayeg é estudante de Turismo na UFRRJ, mestre em Educação pela USP e formado em História e Pedagogia pela mesma universidade. 

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Maio 2012


Estudantes de Filosofia apresentam trabalho no Uruguai e destacam importância dos congressos

Patricia Boeria
Estudante de Filosofia da UFRRJ

Meu nome é Patrícia Boeira de Sou­za, sou graduanda do quinto perío­do do curso de Filosofia e considero como sendo de fundamental relevância a minha participação e a dos demais cole­gas no I Congresso da Sociedade Filosó­fica do Uruguai. Saímos dia 8 de maio do Aeroporto Internacional Tom Jobim - RJ com destino ao Aeroporto Salgado Fi­lho em Porto Alegre, de lá fomos até a rodoviária da capital onde pegamos um ônibus com destino ao Chuí, cidade loca­lizada ainda no estado do Rio Grande do Sul, e dali seguiríamos também de ônibus para Montevidéu, capital uruguaia onde se realizou o congresso. Apesar dos con­tratempos, chegamos bem ao Che Lagar­to, hostel em que ficamos hospedados, localizado em frente à Praça Independên­cia. 

Essa oportunidade proporcionou aos dis­centes do curso de Filosofia uma forma­ção pautada em experiências valiosíssi­mas, que vão ao encontro da importância do incentivo a pesquisas cientificas e do valor que há em experimentar outras re­lações culturais. Ficamos muito felizes de saber que onze trabalhos foram aprova­dos, e que isso nos permitiria ter contato com pessoas de diversas nacionalidades. Também tivemos a oportunidade de co­nhecer alguns pontos turísticos de Mon­tevidéu, tais como o Mercado del Puerto, Plaza Zabala, Plaza Constitución, Puerta de la Ciudadela, Teatro Solís, Plaza In­dependencia, Monumento al “Gaucho” e  outros.

Foto: Arquivo pessoal
A participação de alunos da Instituição em congressos deste porte é importan­te para a Universidade de um modo ge­ral, na medida em que se divulgam as pesquisas produzidas pelos professores e alunos da mesma, mas, sobretudo, é importante para os alunos que, a partir desta experiência, ampliam seus horizon­tes. Um fato curioso foi a descoberta de que apenas os alunos da UFRRJ e dois alunos da Universidade Federal de San­ta Maria (UFSM) eram graduandos, os demais participantes eram professores, mestres, doutores ou pós-graduandos. 

Em vista disso, ressalto o quão indescri­tível se fez essa experiência, e, dentre todas as sensações que nos invadiram durante aquela “aventura”, a percepção de estar disponível para outros olhares faz do filosofar uma atividade importan­te nas universidades e na vida como um todo. 

Por fim, a ida ao congresso, viabilizada em grande medida pela Universidade, re­presentou um grande passo em direção a uma formação de qualidade. Gostaria de ressaltar e agradecer à colaboração dos meus colegas, que também contribuíram com esse texto e junto a mim viveram a experiência da viagem e apresentaram trabalhos no Congresso. São esses: Gui­do Lamim, Nalui Batista, João Lomeu, Rodrigo Magalhães, Ícaro Figueredo, Mi­écimo Ribeiro Junior, João Carlos, Flávio Vasconcellos e Vinicius Santos.




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Abril 2012 

Trabalho internacional voluntário permite que estudante atue em projetos humanitários em vários países

Rafael Gervou
Estudante do 4º período de Economia


Foto: Arquivo pessoal
Meu nome é Rafael, tenho 20 anos e sou estudante do 4º período de Economia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Bom, desde o começo da minha graduação venho pro­curando por atividades que pudessem, de alguma forma, agregar valor à minha vida profissional e tentar conectar os co­nhecimentos adquiridos em sala de aula e a prática. Participei de Centro Acadêmi­co, Empresa Júnior, mas ainda não estava satisfeito. 

Até que encontrei a AIESEC, uma organi­zação internacional sem fins lucrativos e que tem como objetivo formar jovens que possam impactar positivamente a sociedade. Procurei saber mais sobre a organização e descobri que a mesma selecionava estudantes universitários de vários países para atuarem como vol­untários em projetos sociais no mundo todo.Resultado: fui aprovado para par­ticipar em alguns projetos pela Ásia. 

Foram três meses viajando, passei pela China, Índia, Tailândia, Filipinas, e pude conhecer de perto as dificuldades sociais que outros países enfrentam. Boa parte dos trabalhos era com crianças em si­tuação de risco. Muitas delas perderam seus pais ou foram abandonadas. Os voluntários basicamente participavam no acompanhamento psicopedagógico dessas crianças. O objetivo final era que elas pudessem enxergar um futuro um pouco diferente daquela realidade. 

O trabalho voluntário permitiu que eu pudesse entender melhor a realidade de muita gente que faz muito com muito pouco. Além de adquirir uma consciên­cia social maior, eu pude contribuir no desenvolvimento dessas pessoas. Hoje, de volta ao Brasil, continuei a trabalhar como voluntário e ajudando quem pre­cisa. Para mim, um futuro economista, essa experiência foi, sem sombra de dú­vidas, muito válida.

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Março 2012

Estudante da Rural teve oportunidade de conhecer estação do Brasil na Antártica durante pesquisa

André Geraldo Moraes  
Graduado em Engenharia Agronômica e mestrando pela UFRRJ 

Sou André GeraldLima Moraes, e vou contar sobre a aventura científica que tive no continente gelado.
Entrei para o curso de Engenharia Agronômica da UFRRJ no primeiro período de 2007, e logo no primeiro período comecei a estagiar no Departamento de Solos, do Instituto de Agronomia, onde havia sempre muito trabalho, que sempre me trouxe muita alegria, através dos desafios vencidos, os amigos feitos e as viagens que me foram proporcionadas. Em meados de 2011 fui chamado pelo meu orientador, Marcos Gervasio Pereira, para conversar. Eu não imaginava o que ele tinha para me falar, a minha surpresa foi muito grande quando ele me perguntou se eu queria participar de um projeto com ecossistemas terrestres da Antártica. Eu não tinha a mínima ideia do que iria estudar lá, só sabia que era sobre solos, fiquei receoso com a proposta, mas mesmo assim aceitei o desafio.


Desse momento em diante começaram os preparativos, primeiro tive que participar de um treinamento pré-antártico fornecido pelo Programa Antártico Brasileiro (Marinha do Brasil), aqui pertinho na restinga da Marambaia, onde passamos uma semana assistindo palestras e fazendo treinamentos como: técnicas de alpinismo para caminhar em glaciares, pilotagem de botes, uso de roupas especiais, e até uma voltinha de helicóptero para ambientar a manobras aéreas, que confesso, foi muito legal. No dia sete de janeiro embarcamos de C-130 Hercules da FAB para Punta Arenas no Chile e no dia  10 chegamos ao continente gelado. Ao chegar a Antártica embarcamos no navio polar brasileiro Almirante Maximiano, que nos levou até a Estação Brasileira Comandante Ferraz, onde permaneci por 28 dias. Neste período fizemos manutenção de sensores para monitoramento de mudanças climáticas, coletas de solo que farão parte da minha dissertação de mestrado, dentre outras atividades científicas.  Nestes 28 dias fiz muitas amizades com militares e pesquisadores do Brasil de varias outras nacionalidades como Chile, Argentina, Polônia, Alemanha e Peru. Esta, com certeza, foi uma experiência única e inesquecível uma verdadeira aventura científica que trarei para sempre com muito carinho em minha memória.
 

Hoje sou mestrando nesta mesma instituição e tenho muito orgulho de dizer que fiz e faço RURAL do Rio de Janeiro. E só tenho a agradecer a Deus e a esta Instituição pelo acolhimento e as oportunidades que me foram aqui dadas, OBRIGADO!

Errata do aluno:
Gostaria de relatar que na matéria: Estudante da Rural teve oportunidade de conhecer estação do Brasil na Antártica durante pesquisa, de Março de 2012, não foi dado o reconhecimento merecido ao Prof. Dr. Márcio Rocha Francelino (UFRRJ), que me proporcionou a oportunidade de participar dessa experiência científica.
Também desejo agradecer ao Prof. Dr. Carlos Ernesto Schaefer (UFV), coordenador geral do programa TERRAANTAR (Ecossistemas Terrestres da Antártica). Assim como a Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira por todo apoio logístico e ao CNPq pela ajuda de custos.

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Fevereiro 2012

Aluno da modalidade a distância retrata os desafios de quem encerra e de quem inicia um semestre letivo

Leandro Cascardo de Souza
Aluno de Administração pelo CEDERJ-Itaperuna

Ta ligeira certeza de que a maioria dos estudantes, a cada final de período letivo em seu curso, fica com uma sensação semelhante com a qual eu sinto: alívio. O que não quer dizer, que acho que estes tenham uma sensação de descaso ou porque logo querem ficar longe de suas salas de aula, mas, assim como eu, pela sensação de mais um “dever cumprido”: terminar um período com o melhor desempenho possível e se aproximar cada vez mais do principal objetivo – a formação acadêmica.

Diante de um cronograma bastante ‘apertado’ devido ao curto espaço de tempo e de uma carga horária disciplinar bastante exigida, juntos com outros fatores que incrementam uma dificuldade ainda maior para cada estudante, é preciso recarregar as energias a cada início de período para continuarmos com a sequência vitoriosa. Aos ingressantes, que comumente são denominados de ‘calouros’, ainda é mais tocante esta ideia de que não devem desistir nas primeiras dificuldades que encontrarem no decorrer do curso, pois a partir destes momentos que lhes serão atribuídas responsabilidades diante de si mesmos: o que eu busco alcançar e o que quero realizar na minha vida universitária. Na minha história acadêmica em que venho construindo, desde que ingressei no meu primeiro ano, do meu primeiro curso superior, sonho e venho buscando com o que para muitos, de fato, já se tornou realidade. E o meu estímulo oriunda do rico valor que atribuo pela oportunidade; a satisfação que venho consumindo pela instituição e da crença que sou importante para ela. Estudar na Rural, apesar de ser “à Distância”, ainda me surpreende. Não é pela modalidade de ensino, à qual sou a favor e vou procurar defendê-la sempre que for debatida e necessária para seu desenvolvimento e aprimoramento, mas pela possibilidade que tenho de me formar em uma universidade pública, de qualidade e histórica. E é desta história que pretendo fazer parte.

Aos colegas e alunos Ruralinos, meus votos de perseverança e sucesso para cumprimento
de suas metas. E em mais um período novo: bons estudos para todos!

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Dezembro 2011

Ingressante em 2011: aluna relata experiências após um ano e muitas mudanças na UFRRJ 

Munick Rufino
Estudante do 1º período de Psicologia da UFRRJ

Passar no vestibular sempre foi um objetivo. Aos catorze anos eu já sabia que curso eu queria e no que me especializaria, psicologia forense. Estudei um ano e meio em um pré-vestibular comunitário do bairro, que me deu a base necessária para vencer o ENEM. Confesso que, quando conferi o gabarito, desanimei. Mesmo assim me inscrevi em Psicologia em outra instituição e em Jornalismo na Rural, mas resolvi fazer pré-militar, como uma espécie de “Plano B”.
Foi a ligação de um amigo que me fez saber da minha classificação tão esperada. Foi motivo de alegria para todos que acompanharam a minha rotina de estudos. Também passei para psicologia, mas a proximidade e o encanto dos meus pais pela Rural me fizeram continuar com jornalismo. Meu primeiro semestre foi um sonho, fui muito bem recebida pelos colegas de turma e me encantei com a comunicação. Porém quando o SISU abriu novamente, e dessa vez com vagas para psicologia, não hesitei em me inscrever. Foi com um certo medo que deixei Jornalismo e fui em busca do meu sonho. Enfrentar um curso integral não foi fácil financeiramente, então consegui um emprego que eu pudesse conciliar com o curso. A recepção foi ótima, mas só na semana de Integração me senti uma universitária com o dever cumprido! Para mim, estes foram os melhores dias do ano, pois eu finalmente senti que estava colhendo os frutos que plantei por mais de um ano!
O curso tem sido ótimo, tenho amor pelo que estudo, todo o esforço está sendo válido! Obrigada, UFRRJ, por fazer parte da minha história!

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Intercâmbio


Aluna de Três Rios relata experiência na Argentina

Por Ramon Cesar

 “Lugares, amizades, trabalho, experiência e realização pessoal”, foi com essas palavras que Brígida Fajardo, do 9º período de Administração da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em Três Rios descreveu os 47 dias em intercâmbio na Argentina.
Conhecendo os trabalhos da AIESEC, uma associação internacional que visa estimular o desenvolvimento potencial de seus membros proporcionando intercâmbios profissionais, Brígida viu a oportunidade de realizar um sonho. “Na verdade sempre quis fazer intercâmbio e conhecer outros países. Conheci a AIESC, me interessei, passei por processos seletivos e fui”, destaca Brígida.
Durante sua estada em Tandil, a estudante trabalhou em uma ONG, onde desenvolveu projetos de divulgação em blogs e redes sociais. Lá, construiu um ambiente de relacionamentos e amizade e, a viagem foi muito além de experiências já esperadas. “A interação foi muito maior. Fizemos, inclusive, a festa do Brasil com direito a pão de queijo, bolo de fubá, samba, bossa nova, etc. Lembrarei por toda minha vida”, declara.
Brígida relata o processo de adaptação ao local e destaca as similaridades entre as culturas brasileira e argentina. “A Argentina é muito parecida com o Brasil, mesmo em comida, só que, geralmente eles têm apenas um prato base, não é como o brasileiro, que come arroz, feijão, carne, macarrão. As pessoas são simpáticas, receptivas e gostam muito de brasileiros. O único impasse é mesmo no futebol”, brinca a futura administradora.
Ao fim, Brígida dimensiona os ganhos. “ Mesmo em pouco tempo, pude conhecer pessoas maravilhosas e aprender muitas coisas. Principalmente que, cada um tem sua cultura, mas não existem superiores.”
Na ONG Rincón Solidario de Tandil, a universitária colaborou no desenvolvimento do Blog e de redes sociais da instituição. Os interessados podem conhecer no endereço eletrônico http://rinconsolidariotandil.blogspot.com.


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Novembro 2011


Graduada na Rural e aluna do mestrado dá exemplo de vida ao relatar esforços para estudo

Aline Damasceno de Azevedo

Graduada em Engenharia Florestal em 2007 pela UFRRJ



Formei na Rural, em Engenharia Florestal, em 2007 e hoje curso o se­gundo ano do mestrado em Ciências Ambientais e Florestais no Insti­tuto de Florestas da UFRRJ. Passei para a Rural em 2001, mas minha família não aceitava que estu­dasse aqui, então fingi que tinha me matriculado em outra universidade.


Sem dinheiro para me manter, tive que trancar o primeiro período. De­pois, a universidade entrou em greve e só comecei a cursar em maio de 2002. Todo dia eu saía do Rio de Janeiro para estar na Rural às 8h e tinha aulas até as 15h. O dinheiro só era suficiente para a passagem, e por cerca de dois meses, quando não podia comprar tickets do bandejão, me alimen­tava de biscoitos que levava, até que consegui um estágio no Departamen­to de Botânica e ganhei bolsa de alimentação. Junto com a universidade, eu ainda trabalhava, cursava espanhol e dava aulas particulares no Rio de Janeiro.



Aline chegou a passar fome no início dos estudos

Quando minha família descobriu onde eu estudava, tive que escolher entre continuar morando com a família ou continuar na Rural. Escolhi a Rural. O dinheiro acabou nos primeiros meses e mal conseguia me manter, pois ainda trabalhava no Rio. Quando me mudei para Seropédica, tive que morar de favor com um amigo, e só consegui alojamento depois de protestar no jornal informativo da ADUR, onde afirmava que “passava perrengue”. Em um período em que a minha família passava necessidade, cheguei a pensar em desistir, cursar uma universidade particular e ajudar a manter a família, mas eles recusaram. Dei aulas de espanhol na Rural, assim como no cursinho comunitário pré-2vestibular que tinha cursado e em outros particulares. Virei monitora da disciplina de Pedologia, em 2006, quando já fazia minha monografia.



Graduei em agosto de 2007 em uma formatura muito emocionante, porque eu tinha conseguido aquilo que parecia tão impossível, que foi tão difícil. Fui a primeira pessoa da família a se formar numa universidade. Após a formatura, eu continuei na Rural, cursando algumas disciplinas de mestrado. Passei para o mestrado em Rio Branco, no Acre, onde morei por alguns meses. Depois, me mudei para Cachoeiras de Macacu (RJ), onde participava de um projeto de residência da UFRRJ, “Reflores­tamento da Bacia Hidrográfica do Rio Macacu”. No início de 2010, passei na prova de mestrado para a Rural, com bolsa pelo CNPq. Voltei a morar em Seropédica em fevereiro de 2010. Meu projeto de mestrado é em Cachoeiras de Macacu (RJ), na ONG Reserva Ecológica do Guapiaçu, onde também presto serviços de consultoria. Sou muito grata à Universidade pelas oportunida­des, agradeço à Rural por tudo, porque esta universidade é uma mãe para os seus alunos. Eu amo a Rural. Em outra universidade eu não teria conseguido me manter como consegui aqui.


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Outubro 2011 

Andreza Almeida: aluna de
jornalismo relata experiências de coberturas de eventos na UFRRJ

Andreza Almeida
Estudante do 4º período de Jornalismo da UFRRJ


Andreza se dividiu entre dois eventos acadêmicos
Entre a Semana Acadêmica de Comunicação, o estágio no Centro de Memória e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, lá estava eu entre um evento e outro apurando o máximo de informações possí­veis para o laboratório de prática em Jornalismo Científico da UFRRJ. Que rotina de repórter não é tarefa fácil eu já sabia, mas é realmente contras­tante o modo de apreensão do fazer jornalístico apresentado pela academia e a realidade de apuração a que todo jornalista diário está exposto. Em momentos como esses, fica visível a importância da teoria ser posta em prática.


Trabalhar sob pressão. Talvez seja este o maior desafio para aqueles que, como eu, escolheram a profissão de relatar o cotidiano. Da rotina de sele­cionar pautas a escrever a matéria, há todo um ritual que exige do repór­ter muita dedicação. Afinal, muitas vezes é preciso falar de assuntos que fogem do nosso domínio. E mais, passar de maneira clara para um público leigo aquilo que compete a uma área específica. Mas tudo isso se torna insignificante se comparado ao prazer de ver que todo esforço teve um bom resultado.


Mas o que eu realmente gostaria de deixar aqui registrado, mais do que a técnica e a rotina jor­nalísticas, é o lado humano que todo jornalista tem. É comum se esquecer que, por trás do texto aparentemente objetivo e noticioso que todos os dias vemos nos meios de comunicação, existe um ser humano como qualquer outro, que chora, se emociona, cai, levanta, ama, erra, conserta. Enfim, um ser humano com defeitos e qualidades. Meu nome é Andreza Almeida, e eu sou estudante do 4º período de Jornalismo da UFRRJ.
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Setembro 2011 
Curso de Educação do Campo completa um ano e aluno fala das experiências e expectativas


José Simões 
Educando da Licenciatura em Educação do Campo - UFRRJ


Nasci em Laranjeiras do Sul, uma pequena cidade do Centro Oeste do Estado do Paraná. Sou militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integro uma família camponesa com mais doze irmãos.  Em meio às várias dificuldades nenhum de nós conseguiu ingressar no nível superior. 

São muitas lutas e burocracia por parte do sistema educacional padronizado que está voltado para o mercado de trabalho, sendo que somente em 2010 foi possível ocupar o latifúndio do saber. Uma parceria do Programa Nacional de Reforma Agrária – PRONERA-INCRA com a  UFRRJ possibilitou a mplantação do curso de Licenciatura em Educação do Campo, ainda com alguns entraves; como liberação do corpo docente, compactação do tempo, que por exigência do programa de quatro anos passou para três anos de duração do curso. Porém mesmo com a Universidade tendo sido pensada para filhos de grandes fazendeiros, hoje, literalmente, estamos nos apropriando do   que nos foi negado, e ousando no sentido de ser uma formação com uma pedagogia voltada para a realidade do campo e para a classe trabalhadora.

Somos  54 educandos dos movimentos sociais, compostos por integrantes do MST, FETAG, CAIÇARA, INDÍGENAS, MOVIMENTO URBANO, QUILOMBOLAS, CPT e REDE CIDADÃ.   O curso de Licenciatura em Educação do Campo aplica a Pedagogia de Alternância, que  possibilita a aplicação da teoria na prática, com o chamado tempo escola e tempo comunidade, no qual adquirimos  conhecimentos repassados pelos nossos educadores e através de uma troca de saberes entre educadores e educandos, aplicamos nas comunidades.

Hoje nossa turma está dividida em cinco regionais, que se divide por 15 territórios, que desenvolvem projetos de extensão que dialogam com a realidade da sua comunidade e se multiplica em 54 áreas de atuação que cada educando e educanda tem a obrigação de desenvolver o seu o projeto de pesquisa nas suas comunidades e após o termino do curso continuaremos atuando nas  comunidades.
Não é na resignação, mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmaremos”.
Paulo Freire.


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Agosto 2011 

Aluna de Letras destaca intercâmbio de saberes e a valorização dos brasileiros em UC

Jessica Medeiros
Aluna do curso de Letras na UFRRJ e estudante de Estudos Portugueses na Universidade de Coimbra (UC)

O novo dá medo, disse alguém. Espera, fui eu. Acredito ser esse o sentimento de toda pessoa que se propõe a viver uma experiência definitivamente nova: medo. Entretanto, com ele vêm outros sentimentos e a coragem logo nos acena. Minha vida sempre foi tranquila, sempre organizei e planejei tudo a que eu aspirava. Mas, ao saber do Programa de Licenciaturas Internacionais, a pergunta que veio de abrupto foi: por que não? Bem, seria mais fácil colocar muitos estorvos na ideia e ali mesmo podar uma possibilidade de um rumo bem diferente do que seria, caso não me desafiasse. Mas, é isto. O novo é um desafio! Desafio o qual  estamos até hoje a lidar.

Chegar em um país alheio, em uma cultura que, embora parecida, apresenta muitas peculiaridades, de inicio é preocupante, mas logo o receio se dissipa; a própria língua, mesmo sendo a mesma, a cada dia nos prega uma peça; os costumes portugueses, que aos poucos incorporamos aos nossos; a Universidade de Coimbra, que conta com uma bela infraestrutura e professores de referência em suas áreas, professores estes que foram muito compreensivos conosco logo que aqui chegamos. Mas, o que realmente me impressionou foi o número de estrangeiros de línguas não lusófanas que estão a aprender a Língua Portuguesa. Todos encantados com a nossa língua, com a cultura brasileira e desejosos de maior conhecimento. Também, nós, brasileiros, pudemos conhecer melhor o Brasil aqui, através da pluralidade de brasileiros e estados que vieram pelo PLI.

Após muitas conversas, eu e mais três colegas oriundas de Universidades brasileiras (UFRRJ/ UFBA), tivemos a ideia de organizar uma Semana Cultural Brasileira sob o Título de “Brasil: um mosaico cultural.” A ideia foi muito bem acolhida pela Coordenação da Faculdade de Letras e Reitoria da Universidade de Coimbra, tanto que, nesse ano, terá uma nova edição. Bem, hoje não há resquício de medo. Há desejos ainda maiores. Penso que o que move e une os povos são justamente essas intensas relações sócioculturais, propiciadas efetivamente pelo Intercâmbio...
O Intercâmbio de saberes...


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Junho 2011

Súplica pelos animais

Daniel Corban Rodrigues
Aluno do terceiro período de Direito / Seropédica



Esta é a Sol, integrante do grupo de animais da UFRRJ

Tentarei ser breve, embora a dor não seja. Hoje (02/06) pela manhã, quando voltava do desjejum encontrei um pequeno gato se agonizando nas encostas dos alojamentos masculino. E isso está se tornando uma cena tão comum por aqui que se aproxima do cotidiano, particularmente nos últimos 30 dias.
Aqui mesmo nos arredores dos alojamentos havia uma cadela vira-latas que a chamávamos carinhosamente de “Lilica”. Era super dócil, carente e discreta, e pra dizer a verdade, eu nunca a ouvi latir. A Lilica não era só um ser que habitava a região, era uma amiga de todos, mesmo que nem todos fossem amigos dela, mas mesmo assim não escapou da intolerância que tem assolado esta universidade. E ela foi apenas mais um vítima envenenada, mas que tamanha falta nos fez que tive que redigir esta súplica.


O motivo real destas palavras não é contabilizar outro número de mortalidade, mas uma tentativa de diálogo com quem quer que seja que esteja os envenenando. Os pequenos animais que nos rodeiam por aqui talvez o incomode quando latem, quando miam, ou quando eles simplesmente estão ali, dividindo um espaço que você entende ser seu. E da mesma forma que você os atura fazendo barulho, eles nos aturam com as nossas músicas altas, com o nosso descaso com o lixo urbano, e até com o estresse que demonstramos quando os enxotamos para longe.


Não lhes peço que os ame, mas peço um pouco de tolerância. A vida deles é tudo que eles têm, é seu bem mais precioso. Tirá-la de forma desnecessária e de forma tão imponderável, me parece frio demais para ser algo humano.

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Maio 2011

Estudar na Rural

Válber Laux
aluno do primeiro período de Ciências da Computação - IM Nova Iguaçu




Ingressar em uma universidade pública, gratuita e de qualidade é o desejo de qualquer aluno que sai do ensino médio com anseios de um futuro promissor. Mas e quando isso exige uma mudança de vida radical, incerta e cheia de medos? Foi esse o dilema que eu, Válber, 17 anos, enfrentei.


Gaúcho, oriundo de Pareci Novo, uma pequena cidade de 3500 habitantes, recebi, através do SiSU, a oportunidade de cursar Ciências da Computação na Rural. Porém, para isso, teria que me distanciar de família, amigos e tudo mais que fazia parte do meu dia-a-dia.


Decisão difícil tomada. Sim, seguir em frente. Então, mais um obstáculo surgia: como me manter financeiramente, quando a família não dispunha de muitos recursos? Abre a possibilidade de concorrer às bolsas permanência. Não hesitei em juntar a “papelada” e enviar o mais rápido possível.


O resultado, previsto para o início de março, foi adiado, fazendo com que eu partisse para o Rio de Janeiro mesmo sem a certeza de poder contar com as bolsas. O resultado saiu em outros campi, porém, no IM – Nova Iguaçu, sede do meu curso, é novamente adiado, aumentando ainda mais a agonia.


Dia 29, véspera do meu aniversário finalmente recebi a notícia de ter sido contemplado com todas as modalidades da bolsa permanência. Tenho, como presente, a garantia de poder me dedicar aos estudos sem preocupar-me com o alimento ou a cama do próximo dia!


Valeu Rural por dar oportunidade a jovens como eu de ter uma formação gratuita e de qualidade!
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Março 2011

Calouros 2011-1

Pablo Ferreira de Lima
aluno do terceiro período de Belas Artes

Pablo Ferreira de Lima, aluno do terceiro
período de Belas Artes
A maioria das pessoas que passa em uma universidade fica receosa com os trotes, uma vez que constantemente são vistos na mídia casos abusivos e constrangedores. Quando entrei pra Rural, fiquei com receio de sofrer esse tipo de tratamento, mas na Semana de Integração a coisa foi bem diferente.

Fiquei mais calmo em saber que a recepção aqui era bem tranqüila, onde os alunos antigos apresentaram o campus da universidade, responderam as inúmeras perguntas e também pintaram os calouros. Acho legal a pintura porque quando saímos da universidade ao voltarmos pra casa, todos percebem que somos novos universitários, e logo, ficamos mais orgulhosos por ter conseguido uma vaga disputada entre muitos estudantes. Outra coisa bacana é que foram abertos novos cursos e, como não tínhamos veteranos, alguns cursos se juntaram e unificaram sua semana de integração.

Além da recepção, tivemos a festa de integração, que no caso do curso de Belas Artes, foi uma festa temática. A galera nova recebeu uma camiseta branca onde todos da festa desenharam e deixaram suas mensagens usando canetas e tinta de tecido. No final, cada um tinha sua camiseta exclusiva e customizada.

Espero que todos os novos estudantes tenham essa mesma possibilidade de se integrarem no seu curso e na universidade da maneira mais amigável.

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Dezembro 2010 

Cynthia Dias e Fernanda Justo 
Acadêmicas da UFRRJ integrantes do Programa de Licenciaturas Internacionais

Olá, somos Cynthia Dias e Fernanda Justo, e vamos falar um pouco das nossas experiências como pioneiras de um novo tipo de intercâmbio criado pelo governo federal, o PLI (Programas de Licenciaturas Internacionais). Estamos cursando História da Arte na Universidade de Coimbra (UC) e, além de outros cinco “Ruralinos”, nos acompanham quase 200 outros brasileiros vindos de várias universidades federais do país. Esse é um número considerável, se pensarmos no tamanho de Coimbra e, segundo coordenadores e professores daqui, tem trazido um impacto bastante positivo à UC.

Os dois anos de vivências aqui nos dá a possibilidade de outra modalidade de intercâmbio, com o qual temos a chance de conhecer mais do nosso rico Brasil estando em Portugal, onde cada grupo trás consigo um pouco de sua região (cultura, particularidades, qualidades e problemas) nos dando uma nova perspectiva sobre nossa própria identidade como nação e, aí o PLI nos dá a primeira lição: devemos conhecer para valorizar a riqueza humana, cultural e natural do nosso país e, assim,  termos chance de melhorá-lo ainda mais.

Mas vamos falar uma pouco das coisas do “Velho Mundo”. Cursar História da Arte aqui tem sido um deleite, muito parecido com estar dentro de um livro de História. Foi aqui em Coimbra que nasceu D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, fazendo da cidade a sede de seu reinado. A fundação da UC remonta ao século XIII (é uma das mais antigas da Europa).

A Universidade é a principal atração de Coimbra e a tradição faz com que a cidade inclua em seu calendário as principais festas: a chamada Festa das Latas, que fecha a época de “praxes” (o nosso conhecido trote) e a Queima das Fitas, que marca a comemoração dos formandos. Nessas duas ocasiões ocorre recesso na UC e toda a cidade pára para ver o cortejo de calouros e veteranos fantasiados. A vida noturna é rica de atividades culturais e inclui mostras de cinema, teatro, música (grande parte delas gratuitas) e nos fins de semana festas e feiras tradicionais que mostram um pouco da cultura e do folclore regional. Além dos muitos museus, aqui existem bibliotecas ótimas que possuem vasto acervo de livros, videotecas e até fonotecas.

E o fato de sermos brasileiras tem sido muito tranqüilo, ouvimos com freqüência que nem somos considerados como estrangeiros, e os portugueses são completamente diferentes dos estereótipos que tínhamos e, embora um tanto frios, são sempre muito cordiais e nos elogiam pela educação e simpatia calorosa.


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Novembro 2010

Gabriela Lopes Cabral
Acadêmica de Física e bolsista do PIBID da UFRRJ

O programa institucional de bolsas de iniciação à docência (PIBID) tem sido um grande incentivo à prática do magistério, pois efetua um vínculo entre a sala de aula e os futuros professores e nos faz perceber o quão importante e nobre é o trabalho de um educador. Este contato com o futuro local de trabalho nos oferece a oportunidade de observar os pontos fortes da educação básica e os que podem ser melhorados, assim, preparamos estratégias que visam melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

Com esta relação de teoria e prática nossa formação está sendo enriquecida e podemos observar a elevação na qualidade do ensino nas escolas da rede pública. O PIBID nos possibilita conhecer o que acontece no dia-a-dia da escola, a sua infra-estrutura, como se da a educação e principalmente como os alunos se transformam quando recebem um ensino de qualidade.

É muito gratificante saber que o objetivo deste projeto está sendo alcançado, os acadêmicos valorizam mais a carreira de docente e desejam permanecer no magistério e vê-se um crescimento na aprendizagem dos alunos com quem trabalhamos.

Antes de participar deste projeto eu acreditava ser utópica a idéia de que podíamos transformar a educação nas escolas públicas, porém, depois de iniciar os trabalhos e observar o crescimento intelectual dos alunos, ficou claro que com determinação e boa vontade podemos sim contribuir para o processo de construção do conhecimento. O PIBID é um projeto que busca a igualdade de direitos. Porque todos tem direito à uma educação digna e de qualidade e é muito bom saber que nossos alunos terão recursos para lutar por suas vidas e por uma educação melhor.

Hoje percebo que ser professor é muito mais que ser um propagador de conhecimento, nós somos capazes de influenciar nossos alunos, mudando pensamentos e atitudes. Nós somos capazes de despertar interesse pela informação. Nossos alunos precisam de profissionais que acreditem na capacidade do ser humano de evoluir e que é possível avançar mesmo em meio a dificuldades.

Todo este trabalho vem me auxiliando na criação da identidade profissional, despertando antes de tudo a vontade de aprender e a satisfação em ensinar. Preocupo-me cada vez mais em desenvolver uma didática que seja abrangente, que respeite as particularidades de cada aluno e que não exclua nenhum deles, promovendo a aprendizagem de todos. Acreditar na educação é o primeiro passo para transformar nossas escolas.
“Ensinar exige convicção de que a mudança é possível” (Paulo Freire)

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Outubro 2010

Norma Moraes da Silva  
Estudante da Escola Nacional de Veterinária formada em 1953

Em primeiro lugar agradeço a oportunidade de colaborar com este jornal da nossa Rural, relatando resumidamente minha vivência como aluna e depois como Professora desta Universidade. Ingressei na antiga Escola Nacional de Veterinária dando início ao meu sonho de ser Veterinária. Meu nome de solteira era Norma de Castro Moraes e o primeiro problema que enfrentei após o vestibular foi a falta de alojamento feminino. Foi-nos então cedida pela Reitoria, por pressão do Diretório Acadêmica, a casa de um Professor Catedrático, que nunca a ocupara, e que se situava em frente ao “Clube Social”. Na ocasião éramos, em toda a Universidade, apenas 7 alunas – 3 na Veterinária, 2 na Agronomia e 2 já agrônomas equatorianas, em Cursos de Especialização.

Para comparecermos às aulas, do outro lado da estrada, o “carro de choque” nos apanhava às 7h da manhã e nos deixava n o Restaurante para o café da manhã (onde hoje é a sala de estudos). Dali nós dirigíamos para os diversos prédios e a noite, após o jantar, um ônibus nos levava de volta para casa. Minha turma era a maior da E.N.V., composta por 2 moças – eu e Maria Charlotte e mais 21 rapazes. Foi uma experiência maravilhosa ter estudado na Rural. Tive ótimos professores, fiz excelentes amizades, conheci inclusive o colega Renato Augusto da Silva, também ex-aluno e ex-Professor da Rural, com quem estou casada há mais de 55 anos.

Quando aluna fui bolsista do CNPq na Disciplina de Patologia Clínica por 2 anos. Depois de formada, em 1953, trabalhei no instituto de Biologia Animal do Ministério da Agricultura do Km 47, ingressando com o Professora Adjunta na UFRRJ em 1962. Fiz Mestrado em Hematologia Comparada na própria UFRRJ. No curso de graduação em Medicina Veterinária lecionei na Patologia Clínica, passando a Responsável pela Disciplina após a aposentadoria do Catedrático Profº. R. Jadyr Vogel, e no Curso de Mestrado em Patologia Clínica era professora de “Hematologia Comparada”.

Depois de casada morei 38 anos no Km 47 que até hoje adoro. Meus filhos estudaram aqui, minha filha é Engenheira Química, meu filho e minha nora são Veterinários. Meu neto estuda Veterinária, mas, por motivos particulares, em outra instituição.

Enfim tenho uma grande honra e prazer de ter estudado e trabalhado aqui na Rural.

A todos vocês que escolheram a UFRRJ para estudar, meus parabéns, escolheram muito bem.

4 comentários:

  1. Válber Laux, suas palavras foram de muita ajuda para mim !, eu sou de Minas Gerais e estava com muito medo também apesar de já ter feito a matricula, seu depoimento me serviu como um apoio
    parabéns pela garra cara siga em frente que eu já estou indo também em agosto estou por ai!

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  2. Parabéns pelo trabalho do Blog , sou calouro 2011!

    APOLODIONISIO@GMX.COM

    FACEBOOK - APOLO FIGUEIREDO

    BEIJOS ABRAÇOS

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  3. Galera, visitem o blog do Cata Rural e saibam mais sobre o curso de multiplicadores ambientais que será dia 02/09/11, no CAIC.

    link: http://catarural.blogspot.com/

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  4. Gostaria de aproveitar o blog para tirar uma dúvida com o pessoal. Alguém sabe como faço para me inscrever no "III Encontro dos Estudantes de Administração e Turismo"?
    Obrigado.

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